sexta-feira, 22 de julho de 2011

BODAS DE DIAMANTE

Domingo passado fui a uma festa de Bodas de Diamante! Para quem não sabe, assim como eu, dias antes do evento, esta data comemora 60 anos de casados!  Meus amados tios comemoraram este dia rodeados de filhos, netos e bisnetos, além de irmãs, sobrinhos, filhos dos sobrinhos, amigos de jornada, vizinhos. Todos os que tornaram este somar de anos possível. Um almoço, flores de centro de mesa, chimarrão na chegada, comida caseira, bolo de noiva, fotos, frio, chuva, músicas, lembranças, histórias e tudo parecia tão normal que poderia ser o aniversário de qualquer um que estivesse lá. De repente o bisneto de 8 anos pega o microfone e pede atenção de todos para vermos um vídeo. E com uma apresentação de Power Point começaram a ser mostradas fotos e frases. Fotos deles namorados, do dia do casamento, dos primeiros filhos, fotos que víamos quando criança, que achávamos engraçadas, preto e branco, hoje amareladas. Fotos que lembramos do dia em que foram tiradas, fotos de todos juntos, de natal , de praia, de quintal e sítio, daquelas que nosso cabelo não tá arrumado, que não passaram por photoshop, que as crianças chegam correndo e fazem caretas. Fotos de todos apertados, amontoados, rindo, dizendo X, dos tios que já se foram... Aquele sofá de fundo que já não temos mais, as paredes que já pintamos de outra cor, o cachorro, as ovelhas, as bergamotas! E as lágrimas começam a cair como um chafariz. Uma emoção gigante toma conta e as fotos do Power Point já parecem embaçadas. Como pode passar tudo tão rápido e ter tanto significado! Para colaborar com a choradeira vieram os testemunhos, os discursos, as declarações públicas de amor. Lindamente singelo. O valor da construção familiar sobrepondo os quereres individuais. Entre brigas e reconciliações de tremer a casa, os dois jamais pensaram em seguir sozinhos. Juntos ergueram a família do nada. Juntos começaram do zero, levantaram tijolo por tijolo com muito trabalho e determinação. Criaram os 4 filhos com zelo e dificuldade. Mantiveram a família por perto, com doses diárias de moral e amor. Cultivaram os rituais da igreja e da família. Sabem sempre o aniversário de cada um de nós. Discordando e resmungando iam dormir abraçados. A cada aniversário de casamento iam refazendo os votos. Para alguns que estavam lá eles são exemplo de perseverança. Para outros, quase um milagre. Para mim são meus tios amados, meus pais de coração, os tios que me acolhiam sempre, que faziam gostosuras, que cantavam pra mim e que me deixavam dormir nos pés da cama. Para mim um exemplo de que temos que ter objetivos de vida e segurar a retranca do tempo, que nem sempre conta a nosso favor. A grande meta deles está atingida – a família estava toda lá, inteira e consolidando a crença de que rituais fortalecem estes laços e, sendo assim, todo o resto valeu à pena. 

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