quarta-feira, 24 de novembro de 2010

tocando a vida


De repente percebi que sigo tocando a vida.
E aqui, hoje, dezembro de 2007, começo a escrever sobre o tocar a vida daqui pra frente e sempre, dividindo esse colocar em movimento com o leitor imaginário, divagando nesta forma de silêncio acompanhado, sem preocupação com estilo ou forma.
Procuro expressar o sentimento da forma mais verdadeira possível, se é que podemos ser verdadeiros através de palavras. Sempre que as escrevo elas me manipulam escrevendo de uma forma a seduzir meu processo e a desviá-lo dos trilhos.
De qualquer forma necessito delas e, mais ainda, necessito escrevê-las.
Tocar a vida é também saber falar sobre ela.
Passo pela experiência de ter que tocar a vida, caso contrário seria atropelada por ela.
Tocar aqui é movimento, é precisar mais do que querer, é respirar mais do que caminhar.
Tocar é sentido, todos os sentidos.
Tocar com a ponta dos dedos, acariciar, permitir descobrir pelo toque, gravar nas digitais cada pedaço.
Tocar com a boca e com a língua, sentir cada gosto proporcionado, descobrir o prazer do gosto gostoso, lembrar do gosto que gostávamos, que era o predileto, antes mesmo de ser provado.
Tocar é música, daquelas que fazem levantar, sair e correr, tremer por dentro, cantar sozinha, dançar até suar, que escreve e descreve o vivido, que nos posiciona no tempo.
Tocar é sentir o cheiro da vida, do gozo, da pele, do lugar onde queremos estar, da casa de infância, do bolo no forno, da pele depois do sol, da chuva na grama.
Tocar é confirmar com o olhar o sentido para o qual caminhamos, que cor é o mundo, que forma e tamanho podemos suportar dentro da gente, é vetor, é fálico, é pulsante.
Com um frio na barriga, um medo louco, que fecha o corpo e desfalece, mas que renova e reergue, que sabe que não tem como parar e segue, sempre e inquieto, resolvo tocar a vida!
Compartilho aqui com os amigos que amo e toco, com os que amo e não permitem ser tocados, com os que tocam para mim, com os que tocam a vida, com os que tocam outros instrumentos, com aqueles que me tocam profundamente, outros que silenciam ao toque, com os que fogem, todos e cada um que com seu jeito de ser me ajudam a tocar a vida.
A coragem vem de uma delas, blogueira recente, que me fez abrir a gaveta e publicar meus textos.


5 comentários:

  1. Quem sai aos seus não degenera, já dizia minha avó.

    Poste logo, ficou aquela vontade de quero mais.

    Bj,
    Denise

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  2. Luciana Klug24/11/10 14:32

    Simplesmente AMEI.

    Lu Klug

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  3. Filha,gostei. Gostei muito. Gosto dos teus "toques" tanto físicos como por escrito.
    Vai fundo!
    Terezinha

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  4. Garra é que não te falta para tocar a vida,
    medos para acertar todos temos. Te parabenizo pela CORAGEM de expor teu sentimentos.Siga para
    o alto e para cima sentindo todos os perfumes
    que a vida tem para te oferecer. Boa sorte
    25-11-2010. Neusa

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