De repente percebi que sigo tocando a vida.
E aqui, hoje, dezembro de 2007, começo a escrever sobre o tocar a vida daqui pra frente e sempre, dividindo esse colocar em movimento com o leitor imaginário, divagando nesta forma de silêncio acompanhado, sem preocupação com estilo ou forma.
Procuro expressar o sentimento da forma mais verdadeira possível, se é que podemos ser verdadeiros através de palavras. Sempre que as escrevo elas me manipulam escrevendo de uma forma a seduzir meu processo e a desviá-lo dos trilhos.
De qualquer forma necessito delas e, mais ainda, necessito escrevê-las.
Tocar a vida é também saber falar sobre ela.
Passo pela experiência de ter que tocar a vida, caso contrário seria atropelada por ela.
Tocar aqui é movimento, é precisar mais do que querer, é respirar mais do que caminhar.
Tocar é sentido, todos os sentidos.
Tocar com a ponta dos dedos, acariciar, permitir descobrir pelo toque, gravar nas digitais cada pedaço.
Tocar com a boca e com a língua, sentir cada gosto proporcionado, descobrir o prazer do gosto gostoso, lembrar do gosto que gostávamos, que era o predileto, antes mesmo de ser provado.
Tocar é música, daquelas que fazem levantar, sair e correr, tremer por dentro, cantar sozinha, dançar até suar, que escreve e descreve o vivido, que nos posiciona no tempo.
Tocar é sentir o cheiro da vida, do gozo, da pele, do lugar onde queremos estar, da casa de infância, do bolo no forno, da pele depois do sol, da chuva na grama.
Tocar é confirmar com o olhar o sentido para o qual caminhamos, que cor é o mundo, que forma e tamanho podemos suportar dentro da gente, é vetor, é fálico, é pulsante.
Com um frio na barriga, um medo louco, que fecha o corpo e desfalece, mas que renova e reergue, que sabe que não tem como parar e segue, sempre e inquieto, resolvo tocar a vida!
Compartilho aqui com os amigos que amo e toco, com os que amo e não permitem ser tocados, com os que tocam para mim, com os que tocam a vida, com os que tocam outros instrumentos, com aqueles que me tocam profundamente, outros que silenciam ao toque, com os que fogem, todos e cada um que com seu jeito de ser me ajudam a tocar a vida.
A coragem vem de uma delas, blogueira recente, que me fez abrir a gaveta e publicar meus textos.
bacana!
ResponderExcluirQuem sai aos seus não degenera, já dizia minha avó.
ResponderExcluirPoste logo, ficou aquela vontade de quero mais.
Bj,
Denise
Simplesmente AMEI.
ResponderExcluirLu Klug
Filha,gostei. Gostei muito. Gosto dos teus "toques" tanto físicos como por escrito.
ResponderExcluirVai fundo!
Terezinha
Garra é que não te falta para tocar a vida,
ResponderExcluirmedos para acertar todos temos. Te parabenizo pela CORAGEM de expor teu sentimentos.Siga para
o alto e para cima sentindo todos os perfumes
que a vida tem para te oferecer. Boa sorte
25-11-2010. Neusa